“Educadores e Educandos: tempos
históricos.”
22/09/2012.
Objetivos
deste módulo: Possibilitar ao cursista, funcionário de escola, a aquisição de
conhecimentos históricos e de interpretações da escola e da educação como
espaços coletivos de formação humana, de contradições, de diversidade
étnico-cultural.
O colega Alfeu Luiz nos trouxe para
leitura:
A Carta do Índio Chefe Seattle, "Manifesto da
Terra-Mãe", de 1854...
No
início da aula participamos de uma brincadeira, onde a professora Luciane colou
uma frase nas costas de cada um, depois os colegas deveriam falar sobre a
frase, somente dando pistas para que cada um no fim da brincadeira adivinhasse
o qual era a sua frase. Foi muito divertido! Depois trabalhamos as unidades I,
II e III.
Unidade I – Para que estudar e
compreender a educação por meio da história.
Em todo o país, as escolas públicas
vivem momentos de ressignificação de suas funções sociais, políticas e
pedagógicas. É cada vez maior a responsabilidade das escolas públicas com a
formação integral dos estudantes de todas as classes sociais, para que eles
conheçam seus direitos e deveres e saibam participar com autonomia nas
decisões da comunidade. A escola é o lugar para onde enviamos nossas crianças e
adolescentes, a fim de que aprendam a cultura já produzida, aprendam a conviver
com o outro e possam também criar e inventar objetos, vivenciar valores,
sentimentos e sonhos; a escola é o lugar de aprendizagens compartilhadas e
colaborativas entre todos os seus integrantes. As escolas fazem parte de um conjunto de
instituições que compõem a sociedade.
A escola é uma instituição social. Sua principal atividade é o ensino e
a aprendizagem de maneira socialmente reconhecida.
Unidade II – Educação construída pelos padres da Companhia de Jesus.
Quando os colonizadores ocuparam nossas terras, que já eram
habitadas pelos povos nativos, veio com eles os padres da Companhia de Jesus
difundir valores, dogmas e princípios cristãos, introduzir o princípio do
trabalho como instrumento de dignificação do homem e contribuir com a Coroa
Portuguesa no processo de colonização e de exploração das terras.
A educação formal no Brasil começa em 1549, com a chegada dos
padres da Companhia de Jesus. A educação ensinada formava novos padres para
continuarem os trabalhos missionários ou servia para preparar administradores
locais. Os jesuítas criaram os aldeamentos e os recolhimentos destinados à
catequese, à evangelização e à preparação de mão-de-obra, civilizando as tribos
indígenas para que colaborassem na exploração da riqueza das terras.
Unidade III – Aulas Régias: dirigidas pelo marques de Pombal.
Mudanças e transformações econômicas, políticas, filosóficas,
científicas, sociais e éticas, ocorreram na Europa entre 1740 e 1789, várias
manifestações de contestação do modo de enxergar o mundo, de expressar, agir e
se relacionar com a natureza e com outros povos. Os iluministas propuseram um
projeto de sociedade que conduziria à modernidade, baseado na individualidade,
liberdade econômica, propriedade privada, sufrágio masculino, liberdade
religiosa, e na igualdade perante as leis constitucionais. Esse movimento intelectual, científico,
artístico e cultural na Europa ficou conhecido como Ilustração. Em 1772 criou-se o imposto chamado
Subsídio Literário para custearem o pagamento dos professores, e foram criadas
as aulas régias avulsas a serem ministradas por professores escolhidos em
concurso público e pagos pelo Erário Régio e, portanto, contratados como
funcionários do Estado. A educação escolar conduzida por Marquês de Pombal era
utilitária e profissional, e se instaurou o processo de laicização, ou seja, a
separação entre as ações e os poderes que caberiam ao Estado e as ações e os
poderes que caberiam à igreja católica, mas pouco se fez para
oferecer educação à população que trabalhava e cultivava a terra.
29/09/2012.
Nesta aula foi feita
uma explanação sobre as unidades. Separamos em grupos e a partir das
palavras-chave apresentadas durante a explanação, os grupos deveriam criar um
documentário/noticiário para apresentar para todos; 6 grupos de 5 componentes para
trabalhar as Unidades IV, V e VI.
Unidade
IV – A família real portuguesa e a educação das elites.
- Estabelecer as
condições em que a família real portuguesa veio morar no Brasil.
“Em
1808, Portugal encontrava-se em dificuldades políticas e econômicas e as tropas
napoleônicas invadiram Portugal, com isso D. João VI e toda a Corte portuguesa
veio apressadamente para o Brasil. Durante o século XVIII toda a sociedade brasileira
permaneceu patriarcal; agroexportadora; baseada na monocultura e na extração de
minérios; e a força do trabalho era escrava...”
Unidade
V - A educação escolar nas províncias e a descentralização do ensino.
- Retrata a
administração do Brasil por Dom Pedro I
“D. Pedro
I e os políticos que o apoiavam criaram leis, os decretos e normas jurídicas
para o país funcionar, priorizando a educação pública. Nesse período o Brasil
do ponto de vista econômico continuava rural, com grandes fazendas de café,
engenhos de açúcar, criação de gado, pequenas manufaturas, teares, pecuária de
pequenos animais e agricultura de subsistência, e do ponto de vista político,
prevalecia a força das oligarquias rurais e, nas províncias ocorriam intensas
rebeliões sociais na base popular que desejava mudanças. Alguns movimentos
surgiram nessa época, como a Cabanagem, a Sabinada, a Balaiada e a Guerra dos
Farrapos, que eram expressões e manifestações contra a prepotência e a
arrogância das oligarquias dominantes que, aliadas ao governo centralizador de
D. Pedro I, que sufocavam as províncias com impostos, leis arbitrárias e com a
nomeação de governantes, mesmo com a recusa dos moradores. As mulheres tiveram de vencer os obstáculos e
transgredir regras e normas estabelecidas pela Igreja Católica, pelos governos
e pelos políticos para terem direito de acesso à educação escolar...”
Unidade
VI - República dos coronéis e as pressões populares pela educação escolar.
- A educação escolar no
Brasil no período republicano.
“A República brasileira foi instalada em 1890, sob as arcaicas
estruturas da monarquia imperial, e o cenário era constituído por uma população
negra, livre e sem destino, e por uma visão de manutenção da grande
propriedade rural e de que as mulheres não necessitavam frequentar as escolas e
os espaços públicos, além do analfabetismo geral de adultos e de crianças e da
infância abandonada...”
20/10/2012.
Neste dia, além dos
resumos das Unidades VII, VIII e IX, fizemos uma visita ao Colégio Lysímaco
Ferreira da Costa de Rio Negro, onde tivemos uma conversa sobre e apresentação da estrutura do Colégio pela Diretora Rosana e
Coordenador
de Curso prof. Armando. Os mesmos falaram sobre a importância dos Cursos
Técnicos oferecidos pela escola, o Curso Técnico Agrícola, Técnico em Meio
Ambiente e futuramente Curso Técnico em Agroindústria.
Unidade
VII – Manifestos de
educação: ao povo e ao governo.
O Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova em 1932 representou a tomada de
posição dos intelectuais liberais num movimento em que propuseram a
reconstrução educacional no Brasil, estabelecendo princípios norteadores:
universalização da educação, laicidade, gratuidade, obrigatoriedade,
coeducação, descentralização, formação universitária para professores, educação
pragmática e utilitária e espírito científico nas investigações.
Para
os pioneiros
o caminho para a modernização passava pela reconstrução da educação pública,
gratuita, laica e obrigatória, pelo desenvolvimento científico e investigativo
e pela criação de um sistema nacional de educação integrado e articulado.
Defenderam a educação pública como questão nacional e de responsabilidade do
Estado. O segundo Manifesto de 1958, dirigido
ao povo e ao governo, foi uma tomada de posição de luta em defesa da escola
pública para todos e trouxeram à tona os conflitos entre os liberais e católicos,
ou seja, entre aqueles que defendiam a escola pública e aqueles que defendiam a
escola privada. Os educadores reafirmam nesse manifesto a educação pública,
gratuita, liberal, sem distinção de classes, raças e de crenças, apoiada nos
valores democráticos de liberdade, de solidariedade, de cooperação, de justiça,
de cidadania, de igualdade, de respeito, de tolerância e de convivência com a
diversidade étnico-cultural, uma educação voltada para o trabalho e o
desenvolvimento econômico.
Unidade VIII – O golpe militar e
a educação pública.
Com o Golpe Militar de 1964, os
comandantes militares assumem o poder, passou a governar o
país e impor à ditadura, a repressão, a censura, com as consequentes torturas,
mortes, sumiço das pessoas que ousavam desafiar o governo. Muitos
intelectuais, professores, músicos, atores e políticos foram exilados no
exterior e só retornaram quando houve a anistia. Os direitos sociais e
políticos dos cidadãos foram abolidos. Famílias inteiras que
foram expulsas do campo migraram para as cidades em busca de melhores condições
para viver.
Foi um período de
cassação de direitos políticos e dos direitos sociais, onde foram suspensos os
direitos políticos e aplicadas medidas duras: repressão, tortura, censura,
perseguição, punições e mortes.
Unidade IX – Redemocratização:
cidadãos e consumidores.
Com a Nova República, os
profissionais da educação se organizarão em sindicatos, entidades científicas,
associações, congressos de educação, greves, e elaboraram o Plano Nacional de Educação.
A
educação é um direito social, devemos lutar e defendê-lo como um bem universal,
pois nos torna humanos, seres sociais, políticos, históricos e culturais. Vivemos numa
sociedade marcada pelas desigualdades regionais, sociais e educacionais. Mas o
conhecimento e a informação nos auxiliam nas escolhas, nas decisões e na
atribuição de valores subjetivos e materiais. Ser cidadão, educador e gestor é
não acreditar que as desigualdades sociais, regionais e desemprego são
naturais.
27/10/2012.
Nesta
aula trabalhamos as Unidades X e XI, tivemos palestra com o Diretor Alessandro
do Colégio Barão de Antonina que abordou a Educação Profissional. E outra dos representantes sindicais (da Prefeitura e do
Estado), que abordaram sobre a importância, os avanços e desafios acerca do
papel do funcionário público de escola.
O Diretor Alessandro
falou sobre o Ensino Técnico desde as décadas de 60 e 70 que já havia os cursos técnicos de Magistério,
Contabilidade e Secretariado, das diferenças do Paraná com do resto do Brasil
em relação ao ensino técnico, que em 2002 e 2003 foi criada pelo MEC uma cartilha
para regulamentar os cursos técnicos, que o Colégio Barão tinha os cursos
técnicos de Informática, Administrativo e de Formação de Docentes, mas no nível
de estado e municípios só existia cursos técnicos mais acessíveis no SESI e no
SENAI e os CEFETS que eram instituições federais, que Santa Catarina criou os
Cedups e que essa forma de cursos tem seus méritos, e que uma das coisas que
angustia em relação a cartilha do MEC é a burocracia para legalizar os cursos
técnicos nas escolas, deixando mais longe a oportunidade das pessoas terem mais
opções de cursos técnicos.
Em relação ao Sindicato
os palestrantes Gerson Haide, Otacília e Valdete Borman, falaram sobre a
importância do sindicato e seus benefícios aos associados, das conquistas do
sindicato para os funcionários e professores do Paraná, das lutas e conquistas
antigas e das que estão por vir.
Unidade X – Identidade
profissional e projeto político pedagógico.
Na
educação, a gestão democrática passou a ser um princípio. E o Projeto Político
Pedagógico um dos instrumentos concretos de participação coletiva; é um instrumento para o fortalecimento das ações e da
participação política dos integrantes dentro da escola; é um documento
teórico-prático que pressupõe relações de interdependência e reciprocidade
entre todos da comunidade escolar.
O que significa ter identidade profissional?
Toda e qualquer identidade individual ou coletiva é construída
pelo sujeito humano-histórico ao traduzir sua visão de mundo. A construção de
identidades se vale da matéria-prima fornecida pela História, Sociologia,
Política, instituições produtivas, instituições sociais, memória coletiva,
aparatos de poder, doutrina religiosa, processos educativos e da cultura que,
processados pelos cidadãos, por grupos sociais ou por categorias
profissionais, reorganizam seu significado em função de valores subjetivos e
materiais, das relações de poder, do modo de produção e do projeto de
sociedade.
Entende-se por identidade o conjunto de símbolos, significados,
experiências, rituais, códigos de linguagens e ações práticas.
Esse Curso Técnico de Formação para os
Funcionários da Educação é de fato uma mudança na legislação educacional, visa
e espera a inserção política e social da categoria dos funcionários da educação, e a
redefinição de suas identidades profissionais.
Unidade
XI – Políticas para a educação pública: direito e gestão.
Em 1989, em
Washington, nos Estados Unidos, realizou-se um evento com os governos e
ministros de vários países capitalistas desenvolvidos para decidirem o que
fazer com aqueles cuja economia crescia num ritmo muito lento, discutiram um
conjunto de medidas que foram propostas e assinadas com
o compromisso de aplicá-las em seus países, algumas delas são: privatizar
empresas estatais, abrir portos para exportação e importação de produtos e
mercadorias, permitir a entrada de bancos e várias empresas multinacionais e
a liberdade comercial e econômica, conter os investimentos no campo social,
permitir que os juros ficassem altos para atrair os investidores externos,
reduzir a presença do Estado na oferta dos direitos sociais, favorecer a
liberdade para a circulação de capitais externos para entrar e sair do país sem
atropelos e prejuízos e realizar as reformas: tributária, da previdência, do
judiciário, do Estado e da educação. Na política foram criados os blocos
políticos e econômicos.
A educação escolar pública é um instrumento
fundamental para o desenvolvimento social, cultural, político e econômico do
país, de seu povo, e garantia dos direitos básicos de cidadania, de justiça
social e dos valores democráticos.
"Acredite nos
seus sonhos, e torne-os possíveis..." Syl Lunkes